quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Cisne ou patinho feio?

Precisamos ser mais criativos. Vivemos reclamando que a vida é chata, que ninguém parece reparar na gente, mas fazemos poucas coisas ou nada para sermos diferentes. Você já pensou em mudar alguma coisa em você? Que tal os cabelos? Ou quem sabe se você emagrecer um pouco? Talvez fique legal deixar o seu bigode crescer! Sei lá, existem tantas coisas bacanas pra gente fazer... Quem não é criativo com sua vida não aprende a olhar as coisas com admiração.
Não sou adepto desta onda de supervalorização do corpo que vemos nos meios de comunicação social. Hoje, tem mais valor aquele que tem corpo do que aquele que tem cérebro. Não que as pessoas “saradas” sejam burras. Acontece que têm muita gente “tapada” mesmo, que só pensam em cuidar do corpo e esquecem do intelectual. Quando os dois andam em sintonia, a vida se torna mais agradável.
Eu já experimentei mudar muitas coisas na minha vida. Gostei de muita destas mudanças. E percebi que algumas pessoas também gostaram. No inicio foi difícil. Sabe como é: estamos tão acostumados com a mesmice que quando o diferente chega ficamos parecendo o patinho feio.
Por falar em patinho feio, eu sempre gostei desta estória. Ouvia quase todos os dias quando era pequeno. Vivia me imaginando na pele do pobre patinho. Como é triste se achar o estranho do ninho. Procurar amor e aceitação nas pessoas que nos cercam e só encontrar desprezo e humilhação. O patinho feio era meu herói. No final ele encontrou sua dignidade. Descobriu que não era pato coizissima nenhuma. Era um cisne. Só faltava alguém que lhe revelasse isso. Quando este alguém apareceu, a vida do pobre patinho feio se transformou como num passe de mágica.
Penso que muitos de nós vivemos esta realidade do patinho feio. Somos importantes do jeito que somos, mas vivemos procurando as diferenças: o outro é mais alto, mais magro, mais claro, mais rico, mais bonito, mais, mais, mais, mais... Que coisa chata esta da comparação. Gosto quando a cantora Ziza Fernandes diz: “O inferno começa no se comparar”. E é verdade. Deus não nos fez iguais porque sabia que isso seria um tédio. As pessoas diferentes nos ajudam a valorizar as nossas diferenças.
Deixe-me voltar ao meu pedido do inicio deste texto: seja mais criativo com a sua vida. Não copie ninguém. Seja autentico. Seja você. Se você pára demais para olhar as qualidades dos outros esquece de reparar nas suas. Valorizar demais alguém é a atitude mais burra contra nós mesmos. Ter modelos é algo que nos faz bem, diferente de viver querendo ser alguém que você não é.
Acredito que você pode ser diferente sem ser estranho. Se você vai se considerar um patinho feio ou um cisne só depende de você. Eu quero ser o cisne, mesmo que muitas vezes as pessoas teimem em me apontar como um patinho feio.

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